Quem viaja pela BR-429, especialmente no município de Alvorada do Oeste, em Rondônia, não pode deixar de reparar nas imponentes castanheiras que se erguem à beira da estrada. Estas duas árvores se tornaram um verdadeiro símbolo da rodovia, marcando a travessia que conecta os municípios de Presidente Médici a Costa Marques, ao longo de mais de 340 km de trajeto.
Para quem tem a oportunidade de passar por esse caminho, as castanheiras são muito mais do que simples árvores; elas representam um pedaço da história da região e são um cartão postal natural que desperta lembranças de tempos passados. Uma imagem que, certamente, remonta aos anos 2000, quando a rodovia ainda não era asfaltada e a viagem era um desafio para muitos. Naquela época, os motoristas enfrentavam o barro, atoleiros, poeira e as longas estradas sem pavimentação, em um cenário bem diferente do que vemos hoje.
Lembranças daquelas viagens são vivas na memória de quem percorre essa estrada. Para quem chegava à Alvorada do Oeste, ou seguia em direção aos outros municípios do Vale do Guaporé, a imagem das castanheiras se tornou uma espécie de marco. Mesmo com os obstáculos da estrada, os viajantes eram recompensados pela beleza da natureza que os cercava. O cheiro da terra molhada, o calor do sol da tarde, e a visão imponente das castanheiras pareciam, de certa forma, acalentar o espírito e fazer com que o esforço da viagem valesse a pena.
Hoje, com a rodovia asfaltada, a jornada pela BR-429 ficou mais rápida e confortável. No entanto, aqueles que têm memória dessas antigas viagens não podem deixar de recordar a sensação única de passar por aquelas castanheiras – seja com um sorriso nostálgico ou com um suspiro de saudade. Elas são testemunhas de muitas histórias, de momentos difíceis, mas também de momentos de encantamento e superação.
A BR-429, com todas as suas curvas e retas, continua sendo um elo vital entre os municípios da região, mas as castanheiras seguem como um símbolo atemporal da resistência da natureza e das memórias que marcam a vida de quem por ali passa. E, para muitos, mesmo nos tempos modernos, elas ainda carregam o peso das histórias e lembranças de um Brasil que, com o tempo, se transforma, mas nunca deixa de guardar as raízes do seu passado.
Fonte: Correio do Vale