Voltar Publicada em 24/08/2016

Polícia Militar, Sejus e OAB anunciam fim da rebelião no presídio de Ariquemes


No final da tarde da segunda-feira (22), o tenente coronel Fábio Alexandre Santos, comandante da Companhia de Operações Especiais (COE), anunciou o fim da rebelião no presídio de Ariquemes, que aconteceu a partir do começo da tarde do último sábado, dia 20. Também participaram da coletiva com a imprensa local, o gerente regional da Sejus, cujo apenas o primeiro nome foi divulgado: Adriano, além da representante da comissão de diretos humanos da OAB Ariquemes, que também teve apenas um nome anunciado: Sandra.

 

Segundo Fábio Alexandre, rapidamente a Polícia Militar, por meio da COE, agiu para tentar negociar rapidamente com os presos para terminar com a rebelião, além de fazer o reforço no patrulhamento em Ariquemes. “Logo após o almoço, as visitas teriam sido impedidas de sair por parte dos presos, que teriam aproveitado o momento para fazer reivindicações. Pelo menos 97 pessoas, além de três presos, foram amarrados pelos detentos. Quando a direção da casa percebeu o ato, chamou a Polícia Militar para tomar a frente da situação, que criou um gabinete de crise, com a minha designação para fazer o gerenciamento do conflito. Foram deslocados 75 homens para fazer o reforço do patrulhamento da cidade, o que foi feito de imediato. Sem contar a vinda de dois oficiais da PM, especialistas em negociação”, afirmou ele.

 

De acordo com o comandante, houve uma onda de boatos, espalhados de maneira irresponsável, segundo ele, que colocaram Ariquemes em estado de sítio. “A cidade ficou amedrontada, tanto que recebi uma ligação da Secretaria de Segurança determinando o reforço no patrulhamento na cidade, já que haveria esses boatos de que os presos ordenaram a execução de crimes de dentro da cadeia. Havia celulares dentro do presídio, onde os detentos faziam vídeos e divulgavam. O mais importante é que todas as reivindicações foram anotadas e acompanhadas pelas instituições interessadas: Secretaria de Segurança, Justiça, OAB, Poder Judiciário e Ministério Público”.

 

Para Fábio Alexandre, alguns pedidos foram atendidos, porquê a Sejus acreditou que eram viáveis, fáceis de serem executados. Outros, não foram. “O principal foi feito, que era preservar a vida daquelas 97 pessoas que estavam lá dentro, sem contar dos três presos, que em tese, estavam sendo mantidos como reféns. Existe a possibilidade daquilo ser um teatro para chamar a atenção da sociedade e aqueles presos pudessem sair. Os vídeos que surgiram dos presos queimados, esquartejados, não existem. Tanto que temos aqui o laudo do hospital que aponta que os presos saíram de lá apenas com ferimentos leves. Tanto que já voltaram ao presídio. Havia muitas especulações, tanto de fora para dentro quanto de dentro para fora, o que estava prejudicando as negociações”, falou o comandante da COE.

 

O representante da Polícia Militar também comentou o afastamento do diretor da unidade prisional feito à pedido dos detentos. “Todo e qualquer movimento desse tipo, há o pedido de afastamento do diretor. Quando isso ocorre, é porquê as atitudes do gestor do presídio não estão agradando os detentos e eles querem ter os seus direitos atendidos na plenitude. Isso vai ocorrer dentro de todo o processo legal de afastamento”.

 

Durante a coletiva de imprensa, foi anunciado que uma revista feita logo após o fim do levante apreendeu 14 aparelhos de telefones celulares, entorpecentes e chuchos, que são armas pontiagudas feitas de maneira artesanal pelos presidiários. Segundo informações da PM, não foi registrada nenhuma morte na rebelião que durou aproximadamente 50 horas. O helicóptero do Núcleo de Operações Especiais também participou das ações ligadas ao controle do movimento prisional e ao patrulhamento de Ariquemes, com a realização de voos noturnos para monitoramento de diversas regiões.

 

Segundo o que apurou o Rondôniavip, a questão da superlotação no presídio de Ariquemes continua. As pessoas que forem presas serão encaminhadas para outras unidades somente por decisão judicial. Segundo o representante da Sejus, o novo presídio de Ariquemes será inaugurado em até 120 dias, o que pode ajudar a diminuir o problema.

 

Fonte: Felipe Corona/Rondôniavip