O Ministério Público Estadual, por meio do GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e a Polícia Federal em Rondônia, deflagraram na manhã desta quinta-feira (07) a Operação MORS, com o objetivo de combater e desarticular grupo de extermínio composto por policiais que atuavam nas cidades de Jaru e região, no interior do estado de Rondônia.
Os trabalhos desenvolvidos em conjunto pelo GAECO e a Polícia Federal, que contou com o apoio da Justiça Estadual de Rondônia, está sendo realizado por uma equipe de 250 policiais. A sensibilidade da operação levou, além de outros, ao emprego do grupo tático especial da PF, bem como de aeronaves e helicópteros da instituição. Ao todo, está sendo cumprido um total de 49 medidas judiciais, sendo: 35 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão, sendo, na sua maioria, contra servidores públicos integrantes de órgãos de segurança pública do Estado. As ações ocorrem nos estados de Rondônia e Mato Grosso.
O grupo criminoso era composto por policiais, agentes penitenciários, um jornalista e outros integrantes, todos envolvidos em diversos crimes como execuções de pessoas, agiotagem, corrupção, lavagem de dinheiro, abusos de autoridade, ameaças, fraude processual, intimidação de testemunhas, porte, posse e comércio ilegal de armas de fogo, segurança particular ilícita e até tráfico de drogas. Um advogado e um policial civil também foram conduzidos para prestar esclarecimentos. Somadas as penas podem chegar a mais de 70 anos de prisão.
Os policiais, envolvidos com a organização criminosa, começaram a realizar execuções como uma forma de justiça privada, da qual eram vítimas pequenos infratores. Os crimes começaram a ocorrer de forma desenfreada e as execuções começaram a ser realizadas pelas mais variadas e gratuitas razões, que iam, desde cobranças de dívidas, até crimes encomendados, como ocorriam em regra nas mortes executadas pelo grupo de extermínio.
Mais de cem assassinatos estão sendo investigados e poderão ser atribuídos à organização criminosa. Dentre os mortos estão ex-presidiários, detentos do regime carcerário, empresários e um advogado da cidade. Os crimes promovidos pelos integrantes da organização criminosa ficaram conhecidos como “assassinatos da moto preta”.
Também foram alvo do grupo um juiz e um promotor da cidade de Jaru que tiveram suas casas alvejadas por disparos de arma de fogo. Há informação de que outras autoridades também teriam sido alvo de coação por parte do grupo, como autoridades da própria polícia militar e também populares.
Fonte: Assessoria de Comunicação - ASCOM