Notícias negativas, em nível nacional, de posse ilegal de terras particulares por integrantes da LCP - Liga dos Camponeses Pobres, que, segundo os produtores rurais vêm fazendo pressão, têm gerado grande preocupação à classe, visto que muitas empresas de agronegócio estão desviando o foco de investimento, desistindo de ampliar a produção agrícola, com a compra de novas áreas.
Produtores falam até na migração de trabalhadores, que assustados com as ameaças por parte dos invasores, já falam em ir embora da região do entorno da Fazenda Bom Futuro e mais duas que ficam bem próximas.
Ultimamente os produtores, além de funcionários, estão sendo alvos de vários ataques arquitetados e praticados pela Liga dos Camponeses Pobres, sendo todos os integrantes armados com armas de grosso calibre, invadiram as propriedades, vindo a incendiar máquinas pesadas, imóveis, pomar, curral, serrar cercas e ainda roubar equipamentos agrícolas, alimentos e matar animais. O bando pratica os crimes estando sempre encapuzado e usando violência física e psicológica.
O medo tomou conta dos residentes e periféricos, trabalhadores, proprietários, crianças, homens e mulheres da região. Os produtores rurais buscaram parlamentares da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, membros da Comissão de Segurança Pública, para que intercedam, vindo a buscar solução com a Polícia Militar, que pode intensificar a ronda e o número de policiais na região, pois uma das estratégias da LCP, é sempre invadir terras e praticar crimes onde não há um policiamento ostensivo.
Só para se ter uma ideia de como eles vem agindo já há alguns anos no estado, eles invadiram áreas particulares também no Vale do Jamari, com homens encapuzados e armados com escopetas, carabinas, pistolas, revólveres e até fuzis de calibre .762. na época, em 2012, a fazenda ficava na linha C-52, entre os municípios de Monte Negro e Buritis.
Por onde passam deixam rastro de violência
Nesse mesmo ano, um levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública de RO, comprovava que a LCP é uma facção criminosa que tem em seus objetivos convocar e treinar pessoas humildes, boa parte oriundos de outros estados à invadirem propriedades rurais e resistirem com violência, e quando preciso, dão segurança armada aos movimentos.
Nessa mesma época, um dos líderes foi encontrado morto pela polícia, em Jacinópolis, e na suas vestes um rascunho escrito em código com a pauta de uma reunião com os camponeses, onde estava escrito “AD Massa “, que na época foi traduzido pela Polícia como “Adestramento de massas “, ou seja, treinamento dos camponeses com táticas de guerrilha, e até como se comportarem na prisão, caso aconteça.
Foi registrado ainda um aumento de 80% nos homicídios pela região, sendo a maioria sob responsabilidade da LCP, em confrontos e também assaltos ao Banco do Brasil realizado em Monte Negro no mês de outubro de 2011.
Fazenda Bom Futuro
Nesta fazenda, que foi invadida no último dia 17 de julho deste ano, junto a outras duas, membros da LCP chegaram em dois ônibus lotados e adentram a propriedade e fizeram o dono e um funcionário refém. A sorte é que outro funcionário percebeu o movimento e se escondeu, dando abertura para fazer uma ligação a PM. Enquanto a policia não chegava, os reféns foram mantidos amarrados e amordaçados com capuzes. Horas depois foram expulsos e viram mais carros, motos e ônibus chagando a propriedade. A fazenda foi tomada por invasores.
Dias depois saiu o termo de reintegração de posse, mas nem um grande contingente da PM, Civil, com o apoio de helicópteros conseguiu cumprir o mandado, já que pistoleiros da Liga haviam se embrenhado na mata fechada para intimidar ao trabalho dos policiais com tiros de arma de fogo. Para evitar um confronto direto, o comandante da ação policial achou mais racional recuar diante da emboscada.
Produtores rurais aguardam uma nova ação para poderem retornar suas propriedades, e continuar as suas atividades econômicas que geram renda e emprego na região. Um dos produtores, que se identifica por Edson F., diz que os prejuízos são enormes, já que boa parte da estrutura foi destruída ou queimada, mas que continua otimista em relação a justiça e seus cumprimentos. Ele afirma ainda que várias famílias de trabalhadores passam por dificuldades, já que não podem voltar a sua atividade no momento. “Estamos aguardando as autoridades tomar as providencias e levar os invasores pra bem longe de nosso estado, onde tanta gente trabalha honestamente e, muitas vezes se depara com esse tipo de decepção”, finaliza.
Fonte: Assessoria