A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) deixou pacificamente a fazenda Bom Futuro, na sexta sexta-feira (26), após mais de um mês de invasão, em Seringueiras (RO), a cerca de 530 quilômetros da capital Porto Velho.
De acordo com a Polícia Militar (PM), as famílias acampadas foram levadas para outra área, a cerca de 50 quilômetros da fazenda, fornecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O grupo estava acampado na fazenda desde o dia 17 de julho.
Conforme informações da PM, os cerca de 100 acampados do LCP foram levados em dois ônibus por volta para o novo acampamento disponibilizado pelo Incra. Procurado pela reportagem do G1, a assessoria do Incra não deu mais detalhes sobre o caso e apenas confirmou a saída pacífica dos camponeses da propriedade. Para o órgão, a operação foi bem sucedida.
De acordo com o comandante da PM, Oziel Paradela, toda a movimentação de retirada do grupo foi tranquila e não precisou da intervenção dos policiais. “As famílias saíram de forma pacífica e a PM apenas acompanhou a saída do grupo do local”, explica o comandante. Ainda segundo o soldado, a Fazenda Bom Futuro deve ser estudada por peritos e também por promotores de justiça, que vão averiguar qual é a situação do local e as providências a serem adotadas.
Entenda o caso
Cerca de 100 integrantes da LCP invadiram a fazenda Bom Futuro no dia 17 de julho. De acordo com a Polícia Militar (PM), a ocupação aconteceu durante a noite, quando dois ônibus lotados estacionaram na entrada da fazenda.
Seis homens armados desceram e caminharam em direção à propriedade, onde fizeram o dono da fazenda e um funcionário reféns. Outro funcionário percebeu a movimentação e conseguiu se esconder na pastagem e ligar para a polícia.
Os reféns foram mantidos amarrados e encapuzados. Horas depois foram obrigados a deixar a fazenda. Além dos ônibus, diversos veículos de passeio foram vistos adentrando a fazenda após a invasão.
Desde que a propriedade foi invadida, produtores rurais da região fecharam a BR-429 por duas vezes, como forma de protesto pela ocupação.
Reintegração
Uma ação de reintegração foi realizada no último dia 21 de julho, mas os invasores abriram fogo contra o helicóptero Falcão 2 do Núcleo de Operações Aéreas (NOA), o que motivou a PM a abortar a missão.
O desembargador do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), Rovilson Teixeira, suspendeu no dia 28 de julho a liminar que concedia a reintegração de posse da fazenda, definindo a situação como conflito agrário.
Depois de ter sido suspensa pelo TJ, a reintegração de posse da fazenda Bom Futuro foi restabelecida em decisão do juiz Jorge Luiz dos Santos Leal.
Fonte: G1/RO