Voltar Publicada em 20/08/2016

BR-429 é liberada após PM reforçar área de fazenda invadida pela LCP


De acordo com integrantes do "Movimento Todos Pela BR-429", o protesto chegou ao fim depois do governo de Rondônia atender um dos pedidos dos manifestantes, que era reforçar o policialmente na fazenda Bom Futuro, invadida pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) há um mês, em Seringueiras. A reintegração de posse ainda não foi cumprida.


A BR-429 foi fechada na última segunda-feira (15), em uma ponte de São Miguel do Guaporé (RO), quando os produtores exigiam do governo que cumprisse a reintegração de posse e reforçasse o policiamento na Fazenda Bom Futuro. Segundo um dos representantes, que prefere não se identificar,  o governo atendeu umas das reivindicações.


"Nós abrimos o bloqueio no final na tarde, visto que fomos atendidos em relação ao isolamento do local. Foram montados pontos estratégicos da Polícia Militar para evitar a entrada novos camponeses e também alertar a população vizinha da gravidade da situação", explica o manifestante.


A Polícia Militar (PM) já tinha algumas barreiras no local em todas as áreas que davam acesso à fazenda. De acordo com o comandante da Polícia Militar, Oziel Paradela, agora houve um acréscimo de duas novas barreiras, uma na Linha 22C, de difícil acesso, e outra barreira fluvial, para impedir que cheguem à propriedade pelo Rio São Miguel.

 

Segundo o comandante, para que fossem montadas essas novas barreiras houve um reforço no policiamento. "Estávamos com aproximadamente 45 policiais e agora temos mais 20 militares reforçando. Assim, nós conseguimos fechar todas as entradas possíveis", explica o comandante.


Reintegração

 
A reintegração da fazenda Bom Futuro foi assinada há quase de dez dias pelo juiz Jorge Luiz dos Santos Leal. A Polícia Militar foi noticiada e realizou os estudos da área para saber como deve acontecer a ação para a retirada do grupo da fazenda que devem ser levados pelo menos a 300 quilômetros de distância da área invadida.

 

Segundo o comandante Paradela, o estudo já foi finalizado. "Nós já concluímos o planejamento e vamos entrega-lo às autoridades ainda nesta quinta-feira (18)", afirma.


Invasão

 
Conforme informações da polícia, dois ônibus lotados estacionaram na entrada da fazenda Bom Futuro no dia 17 de julho. Seis homens armados desceram e caminharam em direção à propriedade, onde fizeram o dono da fazenda e um funcionário refém. Outro funcionário percebeu a movimentação e conseguiu se esconder na pastagem e ligar para a Polícia Militar (PM).


Os reféns foram mantidos amarrados e encapuzados. Horas depois foram obrigados a deixar a fazenda. Além dos ônibus, diversos veículos de passeio foram vistos adentrando a fazenda após a invasão.


1° reintegração

 
Uma ação de reintegração foi realizada no último dia 21 de julho, mas os invasores atiraram contra o helicóptero do NOA, o que motivou a PM a abortar a missão.

O desembargador do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), Rovilson Teixeira, suspendeu no dia 28 de julho a liminar que concedia a reintegração de posse da fazenda, definindo a situação como conflito agrário.


Depois de ter sido suspensa pelo TJ, a reintegração de posse da fazenda Bom Futuro foi restabelecida em decisão do juiz Jorge Luiz dos Santos Leal, que determinou um prazo de 10 dias úteis para que os ocupantes deixassem a fazenda.


No último dia 13 de agosto, os acampados da LCP atiraram novamente contra o helicóptero do NOA, segundo a PM.

 

Matéria: G1/RO