Voltar Publicada em 30/08/2018

Grupo criminoso financiou mais de 100 veículos para a prática de crimes; uma pessoa é presa


Mais de 100 veículos adquiridos por um grupo criminoso que usava laranjas para o financiamento em concessionárias de Porto Velho. O esquema criminoso foi descoberto pela Polícia Civil, que desencadeou, nesta quinta-feira (30), a Operação Akhav e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, sendo seis em residências e um na locadora Porto Rent a Car. Foram apreendidos mais de R$ 70 mil em espécie foram apreendidos. Uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma. Nenhum veículo foi localizado.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Marcos Vinícius, a Polícia Civil iniciou as investigações após receber denúncias sobre o esquema de fraudes em financiamentos de veículos em várias concessionarias, inclusive com falsificação de documentos e até a participação de funcionários de financeiras.

Com o aprofundar das investigações, os policiais conseguiram constatar que o próprio sistema de segurança das financeiras favorecia a prática dos crimes. “Os criminosos aproveitavam a facilidade da aprovação de cadastros e se utilizavam de laranjas, na maioria dos casos eram ex ou apenados do sistema prisional para financiarem carros”, esclareceu o delegado.

Os criminosos, em quase todos os casos, compravam os veículos sem entrada, com financiamento de 100% e nunca pagavam nenhuma parcela, e “em outros casos chegavam a pagar duas, no máximo três. Eles se aproveitavam dessa fragilidade do sistema de cadastro. Até o momento, não foi constatado a participação de funcionários de concessionarias no crime”, afirmou o delegado.

Após retirarem os veículos das concessionárias, os laranjas faziam uma procuração para os membros das organizações criminosas que, posteriormente vendiam, alugando e até forneciam o carro para a prática de crimes de furto e roubos em Porto Velho e outras cidades. O laranja recebia sua contrapartida, variando de R$ 3 mil a R$ 5 mil.

O delegado informou ainda não ter como mensurar prejuízos, já que essa é a primeira fase da operação. “Nós conseguimos calcular até o momento a quantidade de veículos financiados. O desencadeamento dessa operação foi a primeira medida que achamos necessária para o aprofundamento da investigação, onde constatamos que todas as concessionárias da capital foram lesadas e quase todas as financeiras também”, esclareceu o delegado. 

Durante os cumprimentos de busca e apreensão, os policias localizaram várias documentações, cartões de créditos em nome de terceiros e vários contratos formalizando o aluguel dos veículos. 

Entre os alvos desta fase da investigação, também estão James F.S. e Railton L.S.A que já foram presos e indiciados na “Operação Apocalipse”, deflagrada, em 2013. Entre os diversos crimes descobertos na época, foi apurado um esquema milionário de estelionato envolvendo aquisição, dentre outros bens, de imóveis e veículos automotores.

 

A Assessoria da Polícia Civil não divulgou as imagens dos conduzidos nesta Operação.

 

 

Matéria:Assessoria