Voltar Publicada em 09/05/2017

Arma apreendida, ameaças e as demais provas que a polícia tem no caso Chico Pernambuco; Tia do vice também aparece


As investigações da Polícia Civil sobre os motivos da morte do ex-prefeito Chico Pernambuco sempre apontaram para desentendimentos políticos, mas em razão de como realizada a execução, testemunhas tiveram medo em registrar o que sabiam .

 

O nome Katsumi Yuji Ikenohuchi Lema, primo do atual prefeito de Candeias do Jamari, Luiz Ikenohuchi, apareceu logo no início das investigações, assim como de Marcos Ventura Brito. Investigadores ficaram sabendo que a mulher dele, Iasmin Xavier Tejas teria comentado a respeito do crime e que o marido a havia enganado e sumido com R$ 50 mil. Já sabendo qual a arma matou Chico Pernambuco, a Polícia seguiu as pistas e à caça de Marcos Ventura, que acabou preso com um revólver calibre .38, cromado, 11 munições do mesmo calibre, cocaína, maconha, e ainda R$ 4.047 em dinheiro.

 

Realizado o confronto, a criminalística apontou que a arma apreendida com Marcos foi a mesma que matou o ex-prefeito.

 

Com a prisão de Marcos. O homem apontado como contratante quis então proteger Iasmin Xavier. Câmeras de segurança gravaram o encontro dos dois na Zona Leste. Katsumi Ikenohuchi passou a andar com seguranças, um policial militar e um agente penitenciário. Também não dormia mais em casa. Como estava sendo monitorado, a Polícia também ficou sabendo que ele seria nomeado como secretário em Candeias, já na atual gestão.

 

Não resta dúvida para a Polícia que houve motivação política para a morte do ex-prefeito Francisco Vicente de Souza (PSB), o "Chico Pernambuco".

 

Durante as investigações, os policiais tiveram conhecimento que a candidatura de Chico Pernambuco foi financiada pelo grupo político da empresária Shidue Mendoza Ikenohuchi, do vice, Luis Ikenohuchi Herrera e do primo Katsumi Yuji Ikenohuchi Lema. Depois de eleito, o prefeito não cumpriu os acordos e os fez perder uma licitação no dia 7 de março desse ano.

 

O nome de Luis Ikenohuchi como vice sofreu rejeição por parte de Chico Pernambuco durante a campanha, mas ele cedeu após promessa de que teria R$ 300 mil para a disputa. Teria no entanto que nomear indicados do grupo para as secretarias de Educação e Agricultura.

 

Mas após a eleição, ainda no mês de outubro a primeira crise: Chico Pernambuco rachou com o grupo. Após a posse, aceitou indicações para os titulares das secretarias de Educação e Meio Ambiente, mas não quis nomear comissionados das pastas. Katsumi Yuji Ikenohuchi teria ameaçado de morte o prefeito. O assassinato no entanto, teria sido decidido pelo grupo no dia 7 de março, quando Chico Pernambuco criou problemas em uma licitação com cartas marcadas na secretaria de Educação.

 

Segundo a Polícia, Katisume acionou o criminoso Marcos Ventura Brito, que contratou os demais comparsas para a execução do prefeito.

Arma, celulares

O acusado Marcos Ventura pensou, inclusive, nas munições que seriam usadas para assassinar a vítima, tendo utilizado munição explosiva, com capacidade mais danosa que a comum. O interesse pelas munições foi registrado por interceptação telefônica.

 

A busca por comparsas, armas e veículos para o deslocamento foi iniciada, e Marcos conseguiu através de outro envolvido que cedeu a motocicleta usada no dia crime e queimada minutos depois no setor chacareiro da cidade.

 

Como já era investigado por envolvimento no tráfico de drogas desde fevereiro deste ano, Marcos estava sendo monitorado pelo Departamento de Narcóticos (Denarc) com autorização judicial para interceptação telefônica de dois números de telefones usados pelo acusado. Os registros de escuta realizados antes do homicídio e o compartilhamento de provas autorizado pelo judiciário foram facilitadores para as investigações e elucidação do caso.

 

Diego e Henrique e outros dois proprietários de números telefônicos (ainda não identificados, pois estão registrados com nomes de “laranjas”) estavam no momento do crime em Candeias do Jamari, e os envolvidos mantinham contato o dia todo até mesmo após o fato consumado.

 

Foi apurado também que o envolvimento de Iasmim, mulher de Marcos, foi efetivo, principalmente após o crime. A polícia constatou total logística da mulher nos dias seguintes ao homicídio, tanto para acolher Willian “até a situação ficar tranquila”, quanto para recebimento do dinheiro acordado para a execução do homicídio e o repasse de pagamento dos participantes do crime.

 

As revelações e evidências para os pedidos de prisão dos envolvidos Katisume Yuji Ikenohuchi Lema, Iasmin Xavier Tejas, Henrique Ribeiro de Oliveira, Willian Costa Ferreira e Diego Nagata Conceição foram colhidos também através de triangulação de antenas de celulares e outras evidências.

 

Nesta terça-feira, a delegada Keity Mota Soares concede entrevista coletiva às 8 horas para detalhar as investigações.


 


 

 

Matéria: Rondoniagora